O bom desempenho dos alunos em sala de aula também está diretamente relacionado às atividades e dinâmicas organizadas para reforçar o processo de aprendizagem. Seja feito de maneira individual ou em grupo, cada exercício proporciona a prática dos conhecimentos abordados e influencia a sua fixação. No entanto, uma das dúvidas mais usuais entre os professores é sobre qual formato priorizar em sala de aula: atividades coletivas ou individualizadas? Aqui, organizamos alguns pontos sobre os benefícios que ambas as abordagens podem garantir aos alunos. Confira!
Trabalhos individuais
Independentemente da fase escolar, as turmas costumam constituir grupos heterogêneos, compostos por estudantes com habilidades e conhecimentos variados, apesar da faixa etária similar. Nesse sentido, para que o processo de aprendizagem seja desenvolvido de maneira saudável e produtiva para todos, é fundamental que o professor leve em conta tal diversidade, e a produção de conhecimento individual é um ponto de partida interessante para isso.
Respeito às individualidades
Ao se deparar com um novo grupo escolar, o professor deve estar aberto a reconhecer as diferenças entre os alunos. A percepção sobre a grande variedade de personalidades e visões de mundo que convivem dentro do espaço da sala de aula permite que o profissional descubra diferentes métodos de ensino e abordagens avaliativas. Atentando a cada perfil individualmente, é possível traçar um planejamento que traga não apenas benefícios para cada aluno, mas também novas vivências para os colegas.
Oportunidade de avaliação
As atividades individuais são ainda um instrumento interessante para acompanhar o processo de aprendizagem dos alunos, uma vez que proporciona conhecer a maneira como cada um tem absorvido os conteúdos ministrados em aula. Logo, pequenos exercícios avaliativos contribuem para momentos de diagnóstico, permitindo que o professor entenda os possíveis problemas não apenas com a turma, mas também as dificuldades e dúvidas individuais.
Trabalhando em grupo
A opção por dividir os alunos em pequenos grupos para desenvolver atividades e, assim, estimular o processo de diálogo e aprendizado é uma ferramenta antiga dos professores. Desde a década de 20, vários estudiosos defendem os benefícios desse tipo de abordagem. Entre eles, o psicólogo bielorrusso Lev Vygotsky (1896-1934), que aponta em seu trabalho o valor que a interação entre professor e aluno e entre alunos e colegas traz para a aprendizagem. Em sua obra A formação social da mente, Vygotsky defende que um bom aprendizado é aquele que permite que o aluno desenvolva seu potencial ao lado dos seus pares.
Benefícios das atividades em grupo
Atividades em grupo são oportunidades lúdicas para que a criança desenvolva, desde cedo, a sua capacidade de lidar com os desafios e obstáculos, tornando-se capaz de se expressar, questionar, traçar planos, discutir de maneira saudável e encontrar soluções para as mais variadas situações. Portanto, ao optar por esse tipo de atividade, há a oportunidade de transformar a sala de aula em um ambiente de trabalho coletivo e, principalmente, cooperativo, já que as dinâmicas desenvolvidas em grupo valorizam a interação entre os estudantes de maneira ativa.
As atividades coletivas, assim como as atividades individuais, podem ser desenvolvidas sobre as aulas expositivas, certificando-se de que toda a turma está preparada para fazer contribuições positivas e, mais que isso, domina o conteúdo da maneira ideal para realizá-las. No âmbito social, realizar exercícios em grupo também é um momento interessante para proporcionar o desenvolvimento da afinidade e da confiança entre os alunos, contribuindo para que se identifiquem e ainda incentivem uns aos outros. O benefício deste método está, sobretudo, na troca de opiniões, consolidando o desenvolvimento intelectual e a aprendizagem dos alunos, independentemente de sua idade.
Como organizá-las?
O professor deve, em um primeiro momento, questionar-se sobre como os temas escolhidos podem ser adaptados para uma atividade que requer cooperação entre os pares.
Também é interessante dedicar um tempo a investigar o nível de conhecimento da sala e de cada aluno individualmente. Após a sondagem, é possível dedicar-se à divisão dos grupos. Nesse ponto, o professor deve estar atento para agrupar os alunos, misturando aqueles que têm níveis de conhecimentos diferentes. Esse método de agrupamento pode resultar na união de estudantes que não se relacionam bem entre si por motivos diversos e, nesse caso, é necessário estar alerta para solucionar possíveis atritos, contribuindo para que todos possam aprender a lidar com as diferenças.
A ressalva é apenas para as atividades cujo objetivo não é ensinar um conteúdo específico, mas sim proporcionar um momento lúdico de relaxamento. Nesse caso, a afinidade pode ser usada como um método de agrupamento livre.
Contribuições balanceadas
Um dos principais desafios envolvidos em atividades coletivas está em evitar que algum dos integrantes do grupo fique ocioso ou mesmo afastado durante a realização do exercício. Por isso, torna-se também papel do professor orientar as equipes para realizarem o processo de pesquisa e debate em conjunto, para que todos os alunos interajam e sejam parte ativa do processo de aprendizagem. Tal situação é possível a partir da proposta de situações-problema, envolvendo um processo inicial de pesquisa individual, por exemplo, seguido do debate e comparação de dados em grupo, originando uma discussão saudável.
As atividades em grupo constituem uma abordagem muito interessante, reunindo benefícios socioemocionais somados à aplicação dos conteúdos aprendidos em sala de aula. No entanto, é importante ter em mente que nem todas as atividades podem ser feitas em grupos, já que os alunos também precisam de espaço para desenvolver seu próprio raciocínio através de tarefas individuais - além disso, tal abordagem proporciona um conhecimento mais aprofundado sobre cada aluno e suas particularidades.
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